Essa semana começou a ser ventilado na mídia um informe publicitário falando das belezas cariocas, da simpatia, empreendedorismo, e criatividade do povo fluminense.
De fato o Rio de Janeiro é cenário e inspiração para todos aqueles que por aqui passam ou resolvem residir nessa cidade. Também é fato que o Rio de Janeiro tem grande potencial de crescimento.
No tal informe, narrado pela voz do ator Caio Blat, o Rio também é descrito como o Estado da União que recebe mais recursos federais. No entanto em nenhum momento foi falado que o Estado é o penúltimo colocado no IDEB, o salário do professor estadual é o mais baixo do Brasil, a educação está em crise, os governantes fingem que não vêem e os membros da ALERJ nada fazem.
Como é possível apresentar uma imagem de beleza e oportunidade de um Estado que declara receber fundos federais mais do que qualquer outro e não investe nos seus profissionais de Educação?
Como pode a beleza resistir a falta de ensino?
Como investir na educação sem valorização do professor?
O que estão fazendo com as verbas federais em prol de um Rio de Janeiro melhor sem dar prioridade a educação?
Um povo e um Estado bonito só existem com educação e esta só é possível com a valorização do professor, caso contrário qualquer imagem é falsa e rabiscada.
Valorização já dos profissionais de educação do Estado do Rio de Janeiro!
Seu texto me fez lembrar de um vídeo que passei ontem para uma turma de 9º sobre o pintor espanhol Goya. No final da apresentação uma aluna disse que sentiu medo das imagens, especialmente daquelas em que o pintor retratava as pessoas com carcterísticas monstruosas em cenas cheias de irracionalidade (desenhos da série "Los Caprichos").
ResponderExcluirArgumentei com a menina que talvez o medo dela seja o que todos nós temos da maldade, da violência e da brutalidade a que outros podem nos submeter. E que, na realidade, foi isso que Goya tentou retratar: as barbaridades e loucuras que os governantes, o clero e o próprio povo podem cometer (ou serem vítimas delas) quando mergulhados na igorância ou cheios de uma falsa "razão". As imagens eram entremeadas de reflexões, e numa delas se diz que os governantes e o povo concordavam que deveria existir sempre "pão e touradas".
Parece que fórmula não mudou muito, a maioria das pessoas contenta-se com uma vida indigna desde que tenha algumas coisas para comer e se entreter.
Como educadores, Reverendo, sabemos que muitos não ficam indignados com esse tipo de propaganda do Estado porque o analfabetismo funcional as impossibilita de ler o complexo de incoerências e injustiças que carcterizam nossa sociedade. E como cristãos fica muito claro pra nós que nosso povo precisa, além de educação e desalienação, de conversão a Deus e arrependimento dos seus pecados, pois nossos as posturas e ações de nossos governantes são um reflexo das nossas.
http://www.youtube.com/watch?v=PK6x9sc-OyI&feature=fvsr
Abraços,
Igor
Reformulando o final,
ResponderExcluir"...pois as posturas e ações de nossos governantes são um reflexo das nossas."